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Nomes da história intercultural em contextos euro-brasileiros
E.VON NORDENSKIÖLD
PESQUISA CULTURAL COMPARATIVA, ETNOGRAFIA E ARQUEOLOGIA (1982)
Forum BRASIL-EUROPA de Leichlingen (1981/2) Série preparatória da Semana Alemanha-Brasil sob o patrocínio da Embaixada do Brasil Org. A.A.Bispo
[Excertos em tradução para o português, sem notas]
Antonio Alexandre Bispo
O presente texto, já antigo, oferece excertos de material que foi destinado à discussão por escolares no âmbito do I° Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha, evento realizado sob a direção de A.A.Bispo e sob o patrocínio da Embaixada do Brasil. É aqui publicado em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Primeira Semana Alemanha-Brasil realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções. Indicações bibliográficas sumárias: E. Nordenskiöld, Indianliv i El Gran Chaco Syd-Amerika, Stockholm 1910; trad. al. Leipzig 1912; trad. fr. Paris 1912; Inianerleben im Gran-Chaco: Erlebnisse und Beobachtungen, Berlin, o.J. (Wege zum Wissen) E. Nordenskiöld, Forskningar och Äventyr i Sydamerika", Stockholm 1915 E. Nordenskiöld, The changes in the material culture of two Indian tribes under the influence of new surroundings.,Comparative Ethnographical Studies 2, Göteborg 1920 E. Nordenskiöld, The copper and bronze ages in South America, Comparative Ethnographical Studies 4, Göteborg 1921 E. Nordenskiöld, The Ethnography of South-America seen from Mojos in Bolivia, Comparative Ethnographical Studies 3, Göteborg 1924 E. Nordenskiöld. Ist die sogenannte Schlitztrommel in der neuen sowohl wie in der alten Welt selbständig erfunden worden? Ethnologische Studien 1929 E. Nordenskiöld. Modifications in Indian culture through inventions and loans, Comparative Ethnographical Studies 8, Göteborg 1930 E. Nordenskiöld. Origin of the Indian Civilizations in South America, Comparative Ethnographical Studies 9, Göteborg 1931 E. Nordenskiöld, Ars Americana I: L'archéologie du bassin de l'Amazone, Paris 1930 E. Nordenskiöld, The change Bispo, A. A. "Schule von Göteborg: Indianer sind Menschen wie alle anderen". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001, 329-331 Em a Vida dos Índios no Gran-Chaco, Erland Nordenskiöld, professor da Universidade sueca de Göteborg, narra o que observou e vivenciou na região de povos indígenas na fronteira entre a Bolívia e a Argentina, oferecendo informações sobre a música que não deixam de ter interesse para o estudo etnomusicológico do Mato Grosso. O objetivo dessa publicação não era a de fazer obra sentimental do gênero de "o último dos moicanos", nem descrever heróis como nos livros da época a respeito de índios, mas sim, como salienta E. Nordenskiöld, mostrar que os índios eram seres humanos como todos os outros, mas que, de forma mais acentuada do que os europeus, ajudavam-se mutuamente e eram solidários, e por isso mereceriam simpatia. Em 1902, E. Nordenskiöld fora obrigado interromper uma viagem de pesquisas, por não tolerar as condições naturais do Gran Chaco. Já em 1908, porém, atravessava a floresta entre Bacuiba e Crevaux, em direção do Rio Pilcomayo, visitando os índios Matako, Toba e Tschroti, entre os quais permaneceu mais tempo. Nordenskiöld procurou adaptar-se, à vida dos Tschroti, também do ponto de vista musical, dançando à noite com os índios e índias, quase nú, usando apenas enfeites de penas: "quando sentíamo-nos muito calor de tanto dançar, brincávamos nas águas espumosas do rio". O tempo que passou entre os Tschroti, em 1908, foi caracterizado por festas e danças por ter coincidido com um período de fartura de peixes. Segundo Nordenskiöld, de acordo com a sua convicção nascida da experiência, para conquistar o coração dos índios, o pesquisador deve tentar viver a sua vida, tudo comer e beber que lhe seja oferecido, com eles dançar e cantar. Convidado pelos Aschluslé, para lá se dirigiu em outubro de 1909, descrevendo pormenorizadamente o que vivenciou. Na aldeia de Toné, o pesquisador dançou com os índios na praça central e cantou nas suas festas. No capítulo dedicado às crianças indígenas, Nordenskiöld salienta o fato de que meninos e meninas crescem separadamente e não brincam juntos, só se reunindo nas danças. Muito mais cedo do que as crianças européias, os indígenas têm contato com a dança, uma vez que essa é intimamente ligada com a vida sexual. Observa que o primeiro brinquedo de uma criança indígena é um instrumento musical, ou seja, chocalhos feitos pelas mães, com frutas, ossos ou pedaços de lata. O amadurecimento sexual das meninas é festejado com danças; ao redor da menina, que traz o rosto coberto, dançam as mulheres mais velhas com bastões nas mãos nos quais estão presos crótalos de garras de animais, enquanto os homens marcam o compasso com maracas. A dança desempenha um papel preponderante na vida dos jovens e a ela Nordenskiöld dedica uma longa descrição de interesse músico-etnográfico. Os homens dançam em círculo ou em fila e marcam o compasso cantando, por ex. "Táe-a-sa-lé, Táe-a-sa-lé". Os textos dos cantos são versos rimados intraduzíveis e que muitas vezes são "internacionais", ou seja, empregados por diferentes tribos. As meninas, que dançam por detrás dos homens, são aqueles que tomam a iniciativa para aventuras amorosas, escolhendo parceiros de dança. Nordenskiöld não esconde a sua admiração pela beleza do espetáculo que vivenciou, vendo até mesmo cem índios dançando à luz da lua ou do fogo, às vezes lentamente, às vezes levantando pó do chão pela rapidez, num redemoinho de corpos e penas. A música, porém, seria desconhecida na concepção européia. Embora quase todo índio tivesse uma flauta, esta não seria tocada na dança. Dos poucos instrumentos musicais que viu, cita o arco musical, semelhante a um brinquedo de crianças européias, flautas mal construídas - talvez imitações das dos Tschiriguano - e o tambor de cerâmica, preenchido até a metade com água, e percutido com uma só baqueta. Nordenskiöld gostaria de ter podido estudar mais a fundo as concepções religiosas indígenas, que supunha serem mais profundas do que aquilo que percebeu. O canto místico entoado por ocasião da preparação da bebida Tusca era claramente indicador de uma cerimônia religiosa; à noite ouvira nas cabanas canto acompanhado de chocalhos e que sempre silenciava ao aproximar-se. Sentido religioso supunha também na importância dada ao tambor de cerâmica com água; os Matako não o quiseram entregar, pois temiam a morte de um dos seus. Descrições das pesquisas e vivências de Nordenskiöld no Chaco são encontradas em outras publicações. Na sua análise etnográfica do material cultural de duas tribos indígenas no Gran Chaco, Nordenskiöld faz referências também à distribuição de tambores de couro e chocalhos de cabaça de índios do Brasil. Com relação a esse estudo, Pe. W. Schmidt constatou a tendência ao Historicismo na Americanística, em abandono do Evolucionismo. Em 1911, publicou um estudo sobre tribos da região boliviana da bacia do Guaporé, com importantes dados sobre aculturação e mitologia. Um estudo da etnografia da América do Sul a partir da perspectiva dos Mojos na Bolívia foi publicado em 1924. Nordenskiöld dedica-se à distinção das idades do cobre e do bronze na América do Sul.
O presente texto, já antigo, oferece excertos de material que foi destinado à discussão por escolares no âmbito do I° Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha, evento realizado sob a direção de A.A.Bispo e sob o patrocínio da Embaixada do Brasil. É aqui publicado em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Primeira Semana Alemanha-Brasil realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções.
Indicações bibliográficas sumárias:
E. Nordenskiöld, Indianliv i El Gran Chaco Syd-Amerika, Stockholm 1910; trad. al. Leipzig 1912; trad. fr. Paris 1912; Inianerleben im Gran-Chaco: Erlebnisse und Beobachtungen, Berlin, o.J. (Wege zum Wissen)
E. Nordenskiöld, Forskningar och Äventyr i Sydamerika", Stockholm 1915
E. Nordenskiöld, The changes in the material culture of two Indian tribes under the influence of new surroundings.,Comparative Ethnographical Studies 2, Göteborg 1920
E. Nordenskiöld, The copper and bronze ages in South America, Comparative Ethnographical Studies 4, Göteborg 1921
E. Nordenskiöld, The Ethnography of South-America seen from Mojos in Bolivia, Comparative Ethnographical Studies 3, Göteborg 1924
E. Nordenskiöld. Ist die sogenannte Schlitztrommel in der neuen sowohl wie in der alten Welt selbständig erfunden worden? Ethnologische Studien 1929
E. Nordenskiöld. Modifications in Indian culture through inventions and loans, Comparative Ethnographical Studies 8, Göteborg 1930
E. Nordenskiöld. Origin of the Indian Civilizations in South America, Comparative Ethnographical Studies 9, Göteborg 1931
E. Nordenskiöld, Ars Americana I: L'archéologie du bassin de l'Amazone, Paris 1930
E. Nordenskiöld, The change
Bispo, A. A. "Schule von Göteborg: Indianer sind Menschen wie alle anderen". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001, 329-331
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O texto aqui publicado é apenas um das várias centenas de artigos colocados à disposição pela Organização Brasil-Europa na Internet. O sentido desses textos apenas pode ser entendido sob o pano de fundo do escopo da entidade. Pedimos ao leitor, assim, que se oriente segundo a estrutura da organização, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral: http://www.brasil-europa.eu Dessa página, o leitor poderá alcançar os demais ítens vinculados. Para os trabalhos recentes e em andamento, recomenda-se que se oriente segundo o índice da revista da organização: http://www.revista.brasil-europa.eu Salientamos que a Organização Brasil-Europa é exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. É a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro, supra-universitária e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações ou outras páginas da Internet que passaram a utilizar-se de denominações similares. Prezado leitor: apoie-nos neste trabalho que é realizado sem interesse financeiro por brasileiros e amigos do Brasil! Torne-se um dos muitos milhares que nos últimos anos visitaram frequentemente as nossas páginas. Entre em contato conosco e participe de nossos trabalhos: contato
O texto aqui publicado é apenas um das várias centenas de artigos colocados à disposição pela Organização Brasil-Europa na Internet. O sentido desses textos apenas pode ser entendido sob o pano de fundo do escopo da entidade. Pedimos ao leitor, assim, que se oriente segundo a estrutura da organização, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral:
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Salientamos que a Organização Brasil-Europa é exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. É a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro, supra-universitária e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações ou outras páginas da Internet que passaram a utilizar-se de denominações similares. Prezado leitor: apoie-nos neste trabalho que é realizado sem interesse financeiro por brasileiros e amigos do Brasil! Torne-se um dos muitos milhares que nos últimos anos visitaram frequentemente as nossas páginas. Entre em contato conosco e participe de nossos trabalhos:
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